O objetivo das diretrizes é garantir o direito à diversidade, tema
que deve fazer parte da formação inicial e continuada dos professores. A
aprovação das diretrizes é resultado de trabalho que teve início em
2011, na Câmara de Educação Básica (CEB) do CNE. A motivação, porém, é
anterior.
Em 2010, debates durante a Conferência Nacional de Educação (Conae)
resultaram na inclusão da educação escolar quilombola como modalidade da
educação básica. Isso significa que a regulamentação da educação
escolar quilombola nos sistemas de ensino deve ser consolidada
nacionalmente e seguir orientações curriculares gerais da educação
básica.
As diretrizes também devem incluir as orientações do Parecer CNE/CP 3/2004, contido na Resolução CNE/CP 1/2004,
sobre a obrigatoriedade do ensino de história e da cultura
afro-brasileira nos currículos das escolas públicas e privadas da
educação básica, como estabelece a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003.
Para subsidiar as diretrizes curriculares nacionais para a educação
escolar quilombola houve ampla participação das comunidades
remanescentes, de educadores, pesquisadores e representantes dos
movimentos sociais, além do governo federal. Foram realizadas audiências
no Maranhão e na Bahia, em razão do alto número de comunidades
remanescentes de quilombos nesses estados, e no Distrito Federal. A
aprovação das diretrizes atende à legislação brasileira e a convenções
internacionais das quais o Brasil é signatário.
Etnia — De acordo com o artigo 2º do Decreto nº 4.887,
de 20 de novembro de 2003, os quilombos são “grupos étnico-raciais
segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria,
dotados de relações territoriais específicas, com presunção de
ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica
sofrida”. As comunidades quilombolas no Brasil são múltiplas e variadas e
se encontram distribuídas em todo o território nacional, tanto no campo
quanto nas cidades.
No Brasil, existem hoje, segundo os dados da Fundação Cultural
Palmares do Ministério da Cultura, 3.754 comunidades identificadas, com
maior concentração no Maranhão, na Bahia e em Minas Gerais.
Paula Filizola
Fonte: Mec
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