Escola Municipal Zilma Lira Cabral na
Comunidade Vila Novo Céu, em Autazes, município a 108 km de Manaus,
sendo agredida por outro servidor público durante uma manifestação de
alunos no dia 13 de setembro. Segundo Francisca Chagas, que é professora
há mais de trinta anos e atualmente dá aula para turmas de 5ª a 8ª
série na escola, a manifestação dos alunos cobrava providências da
Prefeitura quanto a ares-condicionados que não estariam funcionando
desde 2007. A agressão foi registrada por vários estudantes através de
telefones celulares.
VEJA VIDEO AO LADO
De acordo com a docente, o
homem que aparece no vídeo cometendo a agressão é funcionário público e
foi à manifestação acompanhando seu cunhado, que é vereador, e tentava
explicar o problema dos aparelhos. Segundo Francisca, ele estaria
insultando os alunos, e ao tentar chamar sua atenção ela teria levado um
tapa no rosto. "Ele ficava perguntando dos alunos porque eles não
cobravam a administração passada. Ficava xingando os estudantes. Tentei
chamar a atenção dele, toquei em seu rosto e ele me deu um tapa", disse
Francisca Chagas ao G1.
O suposto agressor é
William Duarte, que é funcionário público municipal e integra um projeto
do Governo Federal com os jovens da escola em Autazes. Em entrevista ao
G1, ele afirma também ter sido agredido, mas que se arrepende de ter
revidado. "Eu apenas questionei porque tudo aquilo estava sendo cobrado
tanto tempo depois da inauguração da escola e às vésperas de uma eleição
municipal. Fui agredido, revidei, mas me arrependo. Foi um gesto de
estupidez e ignorância", relatou.
Ele disse
também que deseja encontrar a professora para lhe pedir perdão, e que
não pretende levar o caso adiante na Justiça. "Sinto vergonha por esse
ato isolado, que não reflete nem a minha conduta nem a dela, e que não
está nos beneficiando. Queria encontrá-la para pedir perdão e não tenho
interesse de levar o caso adiante na Justiça", revelou.
O
caso foi registrado no 39º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na sede
de Autazes. O delegado titular do DIP, Rodrigo Barreto, classificou o
ocorrido como 'algo lamentável' e disse que o suposto agressor foi
notificado, se apresentou espontaneamente, já foi ouvido e que alegou
legítima defesa "Ele me disse que agiu em legítima defesa e que levou um
tapa primeiro. Ele trouxe o vídeo da confusão, eu assisti, e constatei
que ele realmente também sofreu uma agressão, porém, seu revide foi
totalmente desproporcional", disse.
O delegado
informou também que notificou a professora, e a aguarda na delegacia
para que ela seja ouvida, e a partir daí ele possa encaminhar o caso
para o judiciário.
A professora Francisca
Chagas diz que os ares-condicionados são apenas parte dos problemas da
escola, que segundo ela, também não tem carteiras e bebedouros em bom
estado para os alunos. "Decidi apoiar a manifestação dos estudantes
porque há muito tempo eles sofrem com esses problemas", revelou.
Ela
informou também que depois da manifestação, alguns ares-condicionados
foram instalados na escola, porém, eles ainda não estão em uso.
Cerca
de duas semanas após a agressão, segundo a professora Francisca Chagas,
William chegou a pedir desculpas, mas segundo ela, o processo continua.
"Eu aceito as desculpas, mas o processo continua, foi uma agressão não
só a mim mas aos alunos também", completou.
Escola
O
gestor da Escola Municipal Zilma Lira Cabral, Eduardo Dias, disse ao G1
que acredita que a situação trata-se de um 'jogo político', e que
escola não vai interferir no fato. "O caso já está na Polícia, logo vai
estar no judiciário e a escola vai deixar esse assunto nas mãos dos
órgãos competentes. Acredito que era interessante pra um certo grupo de
pessoas que uma confusão generalizada acontecesse, porque a todo momento
pessoas ficavam atiçando uma briga", revelou.
Eduardo
disse também que os ares-condicionados já foram entregues pela
Prefeitura e já estão sendo utilizados. "Estávamos com um problema na
rede elétrica, pois a instalação da escola foi feita de qualquer jeito.
Resolvemos isso com o pessoal da Amazonas Energia e eles já estão
funcionando", afirmou.
O diretor falou também
sobre o problema dos bebedouros e das carteiras. "A gestão passada da
escola emprestava mesas e cadeiras para festas da comunidade, e com
isso, várias não voltavam. Estou recuperando essas mesas e cadeiras nas
casas. Em relação ao bebedouro, tivemos um problema técnico com o nosso,
e a Prefeitura alega que por enquanto não pode disponibilizar um novo
por causa do período eleitoral. A previsão é de que assim que terminarem
as eleições o bebedouro novo seja entregue", concluiu.
FONTE: EXPRESSO MT
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