Mais de um milhão de estudantes da Bahia viverão uma verdadeira
primavera artística nas escolas da rede estadual. Apresentações
musicais, saraus literários, mostras de artes visuais, exibição de
filmes e exercícios de releitura do patrimônio regional fazem parte da
rotina escolar até o final do ano, ampliando oportunidades de
aprendizagem. As atividades são promovidas pela Secretaria da Educação
do Estado da Bahia, por meio dos projetos Festival Anual da Canção
Estudantil (Face), Tempos de Arte Literária (TAL), Artes Visuais
Estudantis (AVE), Educação Patrimonial e Artística (EPA) e Produção de
Vídeos Estudantis (Prove).
Este ano, 1.110 unidades escolares, em 236 municípios, aderiram aos
projetos que valorizam a arte e suas diferentes linguagens no ambiente
escolar. Para a coordenadora de Projetos Especiais da Secretaria, Nide
Nobre, o movimento de adesão traz boas perspectivas e confirma o sucesso
do trabalho. “Neste momento estamos empenhados na realização das
oficinas artísticas nas escolas, que é uma ação de base, talvez a mais
importante, onde se estimula o hábito da leitura, escrita e a capacidade
de criação”.
A adolescente Isabela França, 15, estudante do 1º ano do
ensino médio do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães, no município de
Juazeiro, encontrou no Face a oportunidade de ampliar o seu
conhecimento cultural. “Hoje, por causa das atividades do Face, eu tenho
uma visão melhor e diferente da cultura do Brasil e da Bahia”, afirma a
garota.
Criatividade e senso crítico – A coordenadora
confirma que o retorno dos estudantes em relação às atividades tem sido
bastante positivo. “Temos relatos de educadores que estimulam a direção
da escola a aderir ao projeto motivados pelos estudantes”. De acordo com
Nide Nobre, o Face, o AVE e o TAL, que já estão consolidados na rede,
alcançam até pessoas que deixaram a sala de aula há anos. “Estamos
cheios de exemplos na Educação de Jovens e Adultos de pessoas que
retomaram o gosto pela escola, atraídas pela possibilidade de vivenciar a
arte e a liberdade de expressão. Eles são livres para criar e as
temáticas escolhidas vão da crítica social ao romance”.
Para a estudante Raile Barbosa, 14, também aluna do 1º ano do
Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães (Juazeiro), as diversas
possibilidades para expressar sentimentos é a melhor característica dos
projetos artísticos. “Depois que eu me envolvi com as artes, passei a me
expressar, me comunicar melhor. O projeto mostra para a gente as
diferenças entre as pessoas e entre as culturas. É uma forma de conhecer
coisas que não vivemos no dia a dia”, diz Raile.
Os projetos Face, AVE e TAL, lançados em 2008, e os estreantes EPA e
Prove, extrapolam as dimensões da escola envolvendo a família dos
estudantes e a comunidade. As iniciativas têm base em uma perspectiva
democrática e abraçam estudantes de idades variadas. A ideia é ter o
aluno como um produtor de conhecimento artístico e científico,
permitindo que ele imprima uma marca pessoal no seu processo formativo e
reconheça a diversidade cultural do Estado.
Cronograma - A partir das atividades desenvolvidas
nas escolas durante o mês de setembro, serão realizados os festivais de
música, saraus literários e mostras de artes visuais, onde os estudantes
apresentam as suas produções. No mês de outubro, as produções que se
destacarem nas escolas serão apresentadas em eventos regionais. Já em
novembro e dezembro acontecem as apresentações estaduais, com
representantes de cada regional.
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